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Eli Borges quer expansão do Plano Diretor e industrialização

Para Eli é necessário incentivar a cadeia produtiva, gerando emprego e renda para palmas. Deputado afirma que o seu partido (pros) deve decidir nos próximos dias quem será o pré-candidato, ou mesmo se vai compor com outras legendas.

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Esta semana publicamos mais uma entrevista da série que a Folha Capital está fazendo com os pré-candidatos a prefeito de Palmas. Dessa vez o entrevistado é o deputado estadual Eli Borges (PROS) que apesar de não ter lançado oficialmente a sua pré-candidatura, está em quinto lugar na última pesquisa realizada pelo Instituto Folha Capital.
 
 
Nascido em Pameri-GO, no ano de 1960, veio para o Tocantins em 1980, então Norte goiano como funcionário do Banco do Brasil. Ingressou na política em 1992, como vereador em Palmas, sendo reeleito por duas vezes. Eleito deputado em 2002, está no seu quarto mandato no parlamento estadual. Casado há 26 anos com Maria Borges, é pai de Thiago, Paulo e Lucas.
 
 
FOLHA CAPITAL – O senhor não lançou sua pré-candidatura, mas está sendo bem avaliado nas pesquisas de intenção de voto. Como o senhor vê essa situação?
 
ELI BORGES – Vejo com naturalidade, pois já fui pré-candidato em outras eleições à prefeitura de Palmas, quando ainda estava no PMDB e sempre tive o nome bem cotado. No entanto o partido entendeu, naquele momento, que seria melhor seguir por outro caminho.
Nesta eleição eu estou em um outro partido o PROS e vamos definir nos próximos dias o lançamento ou não da nossa pré-candidatura, lembrando que temos também o vereador Júnior Geo, que tem todas as condições de ser pré-candidato. O partido pode optar ainda por uma composição com outros partidos.
 
 
Para o senhor, quais são os principais problemas de Palmas?
Apesar de eu não ser pré-candidato, o PROS discute internamente os problemas da cidade. Falta para Palmas uma política de geração de emprego e renda em caráter urgente pois a nossa juventude está desesperada, já que não consegue sequer ingressar no mercado de trabalho. Palmas perde muitas empresas que poderiam se instalar aqui, por questões tributárias, de infraestrutura e lojística.
Outra questão importante é a política da segurança no trânsito aonde a única finalidade é a multa, arrecadar por arrecadar, quando poderíamos desenvolver uma política regionalizada de proteção da sociedade, salvando vidas sem atacar o bolso dos cidadãos e agravar a situação financeira de pessoas e empresas.
 
 
Como o senhor vê a questão da Saúde em Palmas?
Precisamos melhorar o atendimento à população. É uma questão de dignidade, de respeito e princípio constitucional. Isso não tem ocorrido. O que vemos é um alto índice de retorno dos pacientes, aonde as pessoas em situação menos grave recebem alta e acabam piorando e voltando aos leitos hospitalares.
Para que isso aconteça é fundamental que a prefeitura construa um Hospital Municipal de Urgência e Emergência, pois o Hospital Geral de Palmas não foi projetado para ter um pronto socorro. Não basta só cobrar dinheiro do Governo do Estado e não fazer nada para melhorar o atendimento aos nossos cidadãos.
A área que mais superlota o HGP é a ortopedia, pois Palmas é uma cidade aonde existe um índice muito alto de acidentes. Não basta apenas multar os motoristas, é preciso uma reeducação, desde a escolas primárias até campanhas direcionadas para os condutores.
 
 
Palmas ainda tem um grande déficit habitacional. Quais seriam suas propostas para este setor?
Hoje o IPTU é caríssimo. Temos milhares de famílias que gostariam de ter um pedaço de terra para construir a sua casa e não tem. Por isso precisamos discutir uma expansão urbana controlada, como eu sempre fiz.
 
 
O senhor acha que a Assembleia Legislativa deveria participar da discussão do Plano Diretor de Palmas?
Por que a assembleia não pode discutir a expansão urbana de Palmas? Eu, assim como vários outros deputados, foram eleitos com grandes votações em Palmas, o que nos habilita para participar desse debate.
As cidades precisam crescer de forma ordenada e controlada, pois se não há mais espaço para crescimento horizontal deve-se estimular o crescimento vertical, como vem ocorrendo em Palmas. Também pode-se facilitar os loteamentos feitos por terceiros, sem criar vazios.
 
 
O senhor não acha que antes de tratar da expansão do Plano Diretor o ideal seria acabar com os vazios urbanos que existem no centro da cidade?
Qualquer político gosta de falar disso, como se esse fosse o caminho, mas não existem milagres em quatro anos de mandato. Esses lotes têm dono e eles dizem se querem ou não querem vender. Nesse sentido o IPTU progressivo é uma boa solução, mas não podemos esperar a comercialização desses terrenos, que são caros, para promover a implementação de políticas que permitam que a cidade cresça de forma ordenada, dando oportunidade para que as famílias, desde as mais carentes, tenham sua casa própria.
O senhor é contra ou a favor da implantação do BRT em Palmas?
O BRT vai melhorar a vida dos palmenses, mas é preciso respeito ao cidadão, pagar valores decentes pelos imóveis ou conceder residências equivalentes para os impactados. Não se pode subjugar os direitos individuais como vem ocorrendo, mesmo em nome da coletividade, isso só ocorre em estados de exceção e não estamos passando por isso.
 
 
O senhor acha que Palmas poderia melhorar o setor de Turismo?
Não foi adotada nenhuma política forte neste sentido. Os nossos gestores permaneceram na mesmice e deixaram Palmas relegada a uma posição secundária nesse quesito, quando, na verdade, deveria ocupar uma posição de destaque, não só no Tocantins como no Brasil. Haja vista as nossas belezas naturais e o turismo de negócios.
 
 
O senhor é favorável à exploração comercial do lago?
Eu sou um ambientalista convicto, mas defensor de meio ambiente que inclua o ser humano, com coerência. A não adoção de uma política de emprego e renda através da exploração sustentável dos nossos recursos naturais, como o lago de Palmas é um fator que me preocupa muito. Hoje a maior parte do pescado consumido em Palmas vem de outros estados, como Maranhão e Pará.
Imaginem quantos empregos poderíamos gerar não só com a produção do pescado através de tanques-rede, mas também com o processamento através de indústrias voltadas para o setor. Isso faria com que circulassem mais recursos, fomentando toda cadeia produtiva, desde a produção até o consumidor final, que seria beneficiado com produtos melhores e preços menores.
 
 
O que o senhor faria para melhorar o setor de hortifrutigranjeiros?
Palmas já teve melhores dias para os seus produtores rurais, mas sempre passou longe do ideal. Precisamos mostrar aos pequenos produtores como melhorar o solo e aumentar a produção através de sistemas como a calagem e a fosfatagem tornando nossas terras tão produtivas quanto as de Goiás. Quanto custaria para a prefeitura patrocinar esse processo? Quase nada, mas os resultados para os produtores e consumidores seriam inestimáveis.
Não podemos esquecer da precariedade das nossas estradas na zona rural e dos altas tarifas cobradas pela prefeitura para a venda dos hortifrutigranjeiros nas feiras cobertas da capital. Tudo isso encarece os produtos ao mesmo tempo que reduz o lucro dos produtores. Encascalhamento das estradas e redução dos impostos nas feiras cobertas seriam ações simples e de baixo custo para a prefeitura.
Mais uma vez ressalto a importância de termos indústrias de beneficiamento no Tocantins, pois a maioria dos produtos como manteigas, iogurtes, entre outros, vêm de outros estados, como Goiás, São Paulo e outros. Precisamos sair da mesmice e pensar em uma Palmas industrializada, independente do poder público. Temos condições de produzir o suficiente para o mercado interno e até exportar, gerando mais riqueza e renda para Palmas e o Tocantins.
 
 
Mas como incentivar a industrialização com uma carga tributária como a nossa?
Concordo com você. Basta olhar o quanto subiram as custas com IPTU nos últimos anos, com despesas cartorárias, e com impostos de uma forma geral, tanto no âmbito municipal quanto estadual. Como deputado eu sempre me posicionei contra esses impostos, pois entendo que eles tiram a competitividade dos nossos produtos e afugentam os investidores.
Por isso o PROS propõe uma revisão em todos os impostos e taxas que sofreram reajustes nos últimos anos, além de conceder incentivos, como isenção fiscal e de IPTU para novas empresas que quiserem se instalar aqui no Tocantins, sem esquecer quem já está instalado e produzindo. Assim vamos ampliar a oferta de emprego e geração de renda para a nossa cidade.
 
 
Porque o senhor abriu mão do auxílio-moradia?
Eu respeito a posição de cada parlamentar. Dentro do mundo da legalidade o auxílio é legal, mas eu optei por não receber o benefício desde a gestão passada. O Brasil passa por uma situação difícil aonde muitas pessoas não tem sequer moradia, como eu já tenho a minha, abri mão desse benefício. Foi uma decisão pessoal.
 
 
O senhor concorda que as oposições devem se unir se quiserem ter alguma chance de vitória em outubro desse ano?
Dizer que a unidade não é importante é burrice, mas isso não significa que ela seja o segredo maior para a vitória. Basta ver que o atual gestor começou as eleições com 1,5% das intenções de voto e acabou vencendo as eleições e as composições maiores não eram do grupo dele.
O que a sociedade está clamando agora é por um político que pense diferente e faça diferente do que foi feito até agora.
 
 
Quem seria esse candidato?
Quem provar que é diferente e tem histórico de decência e honestidade, com atuação propositiva, empreendedora, de firmeza de comando e de cumprimento dos seus compromissos, vai ser abraçado pela população independente de estar na maior ou na menor composição partidária.
 
O senhor se envolveu em diversas polêmicas envolvendo a discussão sobre igualdade de gênero. Qual é a sua opinião sobre o assunto?
Isso é muito simples. A minha visão é que a intimidade de cada um é uma decisão individual, e deve ser assim. Mas, como o próprio nome diz, ela deve ser vivida na intimidade.
Eu nunca deixei de respeitar qualquer pessoa pela sua orientação sexual, mas entendo que não se pode fazer da escola um local de ativismo, pois ali existem crianças na fase cognitiva, que muitas vezes não sabem a diferença entre debate e incentivo. A discussão sobre sexualidade e gênero cabe exclusivamente às famílias.
 
 
Que mensagem o senhor deixa para os cidadãos palmenses?
Eu sempre acreditei que o mundo milenarmente vive ciclos e pessoas no contexto histórico são diferentes umas das outras. Não significa que aquilo que não está bom agora não possa melhorar amanhã. O que precisamos é escolher a pessoa certa, com a visão certa e com a ousadia, determinação e coragem no nível certo para fazer as transformações necessárias, porque Palmas não pode sofrer com um problema que hoje aflige o Brasil inteiro, que é a crise financeira. A nossa capital tem muito dinheiro em nível de renda total e per capta. O que precisamos fazer é uma transformação profunda, que vai impactar diretamente na melhoria de vida de todos os palmenses.
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Ponte que liga Palmas a Luzimangues passa a se chamar José Wilson Siqueira Campos

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A Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso, que liga Palmas ao Distrito de Luzimangues, município de Porto Nacional, passa a denominar-se Ponte Governador José Wilson Siqueira Campos. O projeto de
lei, de autoria do deputado Eduardo Fortes (PSD), foi aprovado na sessão matutina desta quarta-feira, dia 13.

Segundo a justificativa do parlamentar, o ex-governador, falecido aos 94 anos, em 04 de julho de 2023, foi indiscutivelmente um dos maiores líderes políticos do Tocantins deixando um legado inestimável. “Siqueira
foi um líder exemplar, pioneiro e visionário, um incansável defensor dos interesses do povo tocantinense”.

Outro argumento do deputado é o de que o nome original da ponte não possui uma denominação atribuída por lei, pois obedece a um Decreto Executivo, tornado nulo através de sentença judicial transitada em julgado.

“Nesse sentido, atendemos todos os dispositivos atribuídos pela Lei 821, de 1996, que dispõe sobre a denominação de Logradouros, Obras, Estabelecimentos, Serviços e Monumentos Públicos e dá outras providências”, afirma Eduardo Fortes.

Comenda

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O ex-governador também teve outra homenagem aprovada, dessa vez proposta pelo deputado Mantoan (PSDB), no Projeto de Resolução que institui a “Comenda Grã-Cruz Governador Siqueira Campos”.

De acordo com o projeto, a homenagem busca “preservar a imagem, a memória e a marcante personalidade de homem público, com vida laboriosa, do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Tocantins, o desbravador dos cerrados planaltinos”.

A data de entrega da Comenda deverá ocorrer na Sessão Solene realizada anualmente no mês de outubro.

 

Crédito – Foto: Clayton Cristus

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