A Farinhada de Jatobá, realizada no assentamento Onalício Barros, em Caseara, tem se consolidado como uma importante iniciativa de valorização do Cerrado e de fortalecimento das comunidades agroextrativistas da região. O evento reúne agricultores, indígenas e lideranças locais para o beneficiamento do jatobá — fruto típico do bioma — e a produção artesanal da farinha, que serve de base para bolos, pães e biscoitos.

O processo de produção, guiado por saberes tradicionais e técnicas de segurança alimentar, é coordenado por José Batista, o “Zé Meninim”, especialista em jatobá há mais de 20 anos, com apoio da Associação Onça D’Água e da Associação de Mulheres Agroextrativistas da APA Ilha do Bananal/Cantão (AMA Cantão). A atividade envolve desde a coleta criteriosa dos frutos até a torrefação e peneiração da farinha, mantendo viva uma prática ancestral que também representa fonte de renda e proteção ambiental.

Segundo Ana Lúcia, agroextrativista e liderança local, a farinhada é mais do que uma oficina: “É um momento de partilha, de resistência e de reafirmação da nossa cultura”, afirma. A edição de 2025 reuniu mais de 100 participantes, incluindo assentados, técnicos e integrantes do MST, destacando o papel das mulheres na preservação dos modos de vida do Cerrado.

A Farinhada integra as ações da Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática e conta com o apoio da AMA Cantão, AAFB, APA Ilha do Bananal/Cantão, Parque Estadual do Cantão, além de instituições como WRI, Fundo Casa Socioambiental, ISPN e União Europeia, por meio do projeto Bem Viver.