Republicanos afirmam que gestão de Laurez Moreira estaria atrasando repasses da Saúde e do Servir, e prometem acionar órgãos de controle caso decreto seja publicado

Após dois meses sem pagar fornecedores de diversas áreas, inclusive da Saúde, o governador interino Laurez Moreira realizou na segunda-feira (3) uma coletiva de imprensa no Palácio Araguaia para anunciar uma suposta crise financeira de R$ 1 bilhão no Tocantins. Segundo ele, o governo pretende editar um decreto emergencial que permitirá contratações sem licitação na área da saúde.

Em nota, a equipe do ex-governador Wanderlei Barbosa, por meio do Republicanos Tocantins, criticou a medida e afirmou que o governo interino estaria tentando “fabricar uma crise artificial” para justificar o decreto. O partido também informou que pretende acionar os órgãos de controle e ingressar com uma ação civil pública, caso a proposta seja implementada.

De acordo com o Republicanos, a Secretaria de Estado da Saúde possui um orçamento anual superior a R$ 3,2 bilhões, e é comum que fiquem restos a pagar entre um exercício e outro — cerca de 10% do total, o equivalente a R$ 320 milhões. A legenda ressalta que, durante a gestão de Wanderlei Barbosa, foram pagos mais de R$ 700 milhões de dívidas herdadas e que a situação era tratada com normalidade administrativa.

Ainda segundo o partido, a atual equipe de governo não apresentou provas que comprovem o alegado déficit de R$ 580 milhões na saúde estadual. O Republicanos sustenta que o cálculo incluiria dívidas prescritas há mais de cinco anos, o que não é prática comum na administração pública.

Durante o governo anterior, o Tocantins manteve estabilidade fiscal e transparência na aplicação dos recursos, com investimentos na saúde superiores a 18% do orçamento, cerca de 50% acima do mínimo exigido por lei.

O Plano Servir, destinado aos servidores públicos estaduais, também foi citado na nota. Segundo o Republicanos, o programa permaneceu regularizado e em expansão durante a gestão de Wanderlei Barbosa, com pagamento de mais de R$ 100 milhões em dívidas e ampliação da rede credenciada.

A legenda afirma que, há dois meses, o governo interino não repassa valores descontados da folha dos servidores e que o alegado déficit de R$ 50 milhões mensais seria, na verdade, a contrapartida do Estado para garantir o equilíbrio do plano.

O partido destacou ainda que, durante a gestão anterior, o Servir triplicou sua capacidade de atendimento, resgatou prestadores de serviço e conquistou credibilidade junto a hospitais e profissionais.

Por fim, a nota relembra que o Tocantins obteve melhora na classificação fiscal (CAPAG B+), atribuída pela Secretaria do Tesouro Nacional, reflexo da estabilidade financeira alcançada na administração anterior.